Eu vos viro as minhas costas Sou uma rocha, dura, que cai, e dura fica no chão. Sou uma rocha! Oh diabos, porque me tentam então coser como a um tecido? Se penso, sei, e sinto, que sou livre, porque não se fazem entendidos e o sabem também? Se, fruto da minha integridade própria com que nasci, tenho o direito de estar só, porque haverão de impor em Mim a rejeição a esse direito? Porque não a impõem em vós? Porque não me deixam? Porque não se vão embora simplesmente? Quem são os que, olhando para outrem de índole à deles adversa, crêem que esse facto lhes confere o direito de o moldar a seu bel-prazer? Seres humanos racionais? Se usurpam o meu espaço, de que outra forma racional posso reagir, senão manter o silêncio e dar mais um passo à ré? O que haveria de fazer? Explicar-vos aquilo que exclusivamente sozinhos vós poderíeis hipoteticamente compreender? Querem persistir? Vai alguma vez haver agulha vossa que a superfície dura da minha rocha não irá partir? Nada sabem, vós. Alegrem-se então, pois vos dou a honra de Eu vos tornar cientes: Calado, retrógrado, e retrocedente me vou manter. Para sempre rejeito, a vós, estar contíguo. Até ao fim, serei eu a cerrar o punho. No fim, serei eu quem vos afundou no abismal silêncio do meu ódio.
Texto integral por:
Pedro Filipe C S Castro Dias (1991 / 2010)
Sem palavras...
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