Para quem viveu a intensidade da
“Revolução dos Cravos” durante a adolescência, dificilmente irá esquecer
aqueles momentos do despertar da liberdade que até então era desconhecida ou
sequer se sabia o seu significado.
As eternas manifestações, os
bloqueios de estrada, os contra golpes, os carros blindados nas estradas e
alegria estampada nas caras anónimas da multidão formavam o guião perfeito de
um filme de longa-metragem de Manoel de Oliveira.
No entanto como tudo o que é
(foi) bom, acaba. O 25 de Abril de 1974 fez desabrochar o melhor e o pior do
ser humano. A alegria deu lugar à anarquia, a liberdade à libertinagem, a
democracia à ditadura democrático-capitalista ocultando um sistema económico e
social falidos.
Da memória saudosista ao
esquecimento vergonhoso dos objectivos emanados da Revolução, foi um
pequeno/longo passo que a população portuguesa deu e do qual não sabe ou não
quer recuar.
Sem comentários:
Enviar um comentário